quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Amigos que fazem arte!


"E aquele grande guerreiro se orgulhava em enfrentar mil demônios sem ter medo, e se orgulhava mais ainda ao dizer que não possuía medos. 
Um dia uma senhora na rua virou-se para ele e lhe disse as palavras que mudariam sua vida. “Você tem um único medo”, disse.
“Eu? Eu não possuo medo algum!”, afirmou ele, rindo da cara da senhora. 
Ela o olhou, curiosa. “Por quê? Por acaso não podes sentir medo?”
“Um guerreiro como eu nada seria se tivesse medo. Para ser tão forte assim é preciso ter muita coragem. Assim os deuses dos guerreiros me tornam invencível.”, afirmou bravamente.
“O medo seria sua ruína?” ela perguntou com um sorriso sutil no canto de seu lábio murcho. 
“Creio que sim...”, disse ele, não muito confiante.
“Perderia sua invencibilidade?”
“Serei invencível enquanto não tiver medos, assim desejaram os deuses!”, afirmou orgulhoso, mas algo apertava seu coração agora.
A senhora deu de ombros e com um olhar misterioso lançou sua afirmação, “Você deveria ter medo de ter medo então.”, e saiu capengando. 
O bravo guerreiro foi perdendo o sorriso aos poucos. 
Medo de ter medo... Ele pensou por dias e se pegou com medo de ter medo. “Oras, enquanto for apenas medo do medo não será medo. Continuarei invencível.”, e riu, não muito confiante.
Dias depois foi enfrentar o seu pior inimigo. Seu reflexo mau. E diante de sua própria bravura em total crueldade, o guerreiro lembrou-se do medo do medo, e então temeu ter medo, perdendo, assim, para seu medo, temendo aquele que era sua bravura em maestria. 

“Ele sou eu sem medo. Ele é invencível!”, pensou. E com a invencibilidade de seu eu oposto, e seu medo do medo convertido em medo de si, ele morreu."
Jhony de Oliveira



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